domingo, 31 de outubro de 2010

Um só pedido


O homem jogou flores no mar,
Pedindo ao Pai: não me deixe afogar.
Subiu de joelhos as escadas da igreja
Implorando a Ele: livre-me da peleja.

Marejou seus olhos num ato de contrição
Suplicando, gritou: Senhor, dê-me Seu perdão.
Acendeu muita vela, tanta cor diferente,
Repetindo em cada uma: por amor, Sê clemente.

Cerrou os olhos como um aflito,
Levou as mãos ao peito num gesto contrito
E baixinho, quase um lamento, pôs-se a dizer:
O Senhor tudo sabe, tudo pode ver
Não há meios nem como de Ti esconder
O que minha boca não fala, o coração diz
Eu quero, ó Pai, é que me faça feliz!

Deus sorriu – paciente.

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