Na terra, nos mares, nos ares,
O que faz germinar, multiplicar e que
se
Estende sobre tudo – estás
simplesmente.
E também no infinito, o todo -
absoluto.
O céu e tudo o que nele ostenta.
Tão longe – inacessível.
És a vida que alimenta cada uma das
células deste corpo
Porque o habitas – foi quem o
criastes.
Ao mesmo tempo em que, se quiseres,
com poder supremo, o abraça
E o apequena.
Estás por toda parte. Tudo a ti pertence.
Estás tão perto e tão distante e tudo
a ti volta.
És modesto como um olho d’água – o
ponto de partida,
Mas também o trajeto e o mar aonde
tudo deságua:
A tristeza profunda e a alegria
desmedida
- o destino. Poderoso.
Somos somente aquilo que se perde,
que não se sustenta por si.
Somos a cria, a criatura, o fim em
nós mesmos,
o pó que, depois de tornado vivo,
feliz ou infeliz,
volta a ser pó.
Os meus braços se erguem porque assim
o queres,
e se assim não queres,
Dirigem-se humildes, aflitos, em tua
direção.
Absoluta a tua existência, absurda a
minha.
Estás dentro de mim e sobre mim
derramas toda a glória
E eu me sinto tão imperfeito.
És o soberano, o que não se explica.
E eu, o que sou senão pó,
a névoa,
o nada?
Foto: Uol
..somos 'névoas de nada' mas alguns de nós conseguem ultrapassar isso criando coisas belas: esse poema que você escreveu é um exemplo. Gostei demais.
ResponderExcluirbj
E o sentido da vida é... Mas do que saber, é preciso viver. A vida não é, se constrói. O importante é o contentamento com a vida, a gratidão pelo privilégio de viver, a vontade de continuar vivendo, construindo o viver. Muito boa a maneira como você expressou a fragilidade e incompletude do ser humano diante da vida. Muito bonito o texto. Parabéns Anamaria!
ResponderExcluirParabéns pelo texto, você é uma grande escritora !!! :D Bjs
ResponderExcluirFelicidade em tudo neste novo ano!
ResponderExcluirOlá
ResponderExcluirPalavras
que nos fazem pensar,
são tributos a esperança...
Que o amor nos vista a vida,
com as suas mais preciosas cores...
Somos parte de uma totalidade e sobre isso não tenho dúvidas! O texto parece óbvio, mas não é! Valeu a reflexão, Ana! Bom domingo!
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