Da janela do ônibus eu olho mais uma vez
O que vai passando, o que vai ficando.
Ainda é muito cedo.
Tão cedo que a neblina da noite ainda não se dissipou.
O ônibus transporta também a solidão
Tudo em volta é denso
Como a névoa que envolve o ônibus
Como a solidão que me envolve
Olho ainda uma vez pra fora
No muro antigo que nada impede
Alguém deixou uma frase
Vê-se que lá ela vive há muito
E pergunta a todos que por ali passam
“Por que tinha que ser assim?”
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