quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O mar e eu

O mar e eu não temos muita intimidade.
Na verdade, o mar me intimida.
Eu nasci longe da areia macia, numa terra dura, vermelha.
Por isso trago em mim uma tristeza de semente que não vingou.

Eu não sei de onde vem a voz que canta em meus ouvidos
Um fado sentido como luz derradeira,
Como um trem partindo na madrugada,
e eu me ponho a caminhar por sobre pedras antigas,
polidas ao longo de muitos anos – imaginárias.

De que me vale um sonho grandioso
Se minhas mãos pequenas não o comportam.
O mar é tão grande – me intimida -
Tanto quanto a claridade que invade o meu sonho
Que também em mim não cabe...
Como o mar que me assusta.

4 comentários:

  1. Muito belo e triste, esse seu poema e mais eu não poderia dizer...

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  2. Muito bonito Ana!
    Também quero ler com mais calma, mas já me apaixonei!
    Parabéns! :)

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  3. Olá Ana Maria,

    o seu blog é bem interessante. Encontrei em um restaurante, aqui de Brasília, chamado alpendre, a descrição citada acima (Houve um tempo...). Gostaria de saber se é da sua autoria ou retirado de algum livro?
    Vc pode enviar a resposta para roveniaa@gmail.com
    Atenciosamente,

    Rovênia

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