sexta-feira, 18 de março de 2016

O que se guarda


Dentro da casa há um lugar
Onde se guarda a caixa do silêncio
(aquele que se faz no momento do abraço apertado
e falar é tão inútil).
Há outra em que há muito se conserva o amor
E mais uma, e nela há o riso e a alegria
- Estão lá, reservadas – as três caixas.
Agora, não há tempo para elas.
Agora, é preciso mexer e remexer
nas caixas de lembranças
Numa exaustiva tarefa de procurar
(não se sabe bem o quê).
Estamos sempre a buscar, a desejar
Aquilo que temos guardado há tanto,
Nas caixas que raramente abrimos.
São aquelas que contêm o riso e a alegria,
E também a do silêncio e, principalmente,
A do amor, cuja caixa... anda perdida.


Foto: Lásara Vargas

3 comentários:

  1. Belo poema; todos guardamos algo, em caixas.

    ResponderExcluir
  2. Belo poema; todos guardamos algo, em caixas.

    ResponderExcluir
  3. Minha amiga Anamaria...

    Não sei porque isso acontece,
    mas acho que com o tempo,
    não são poucos os que perdem
    a caixa preciosa do amor...

    Talvez seja ela,
    uma imensa fantasia...

    Imenso abraço...

    Aluísio Cavalcante Jr.

    ResponderExcluir